Durante uma aula do curso de imersão em paisagismo falávamos de valorizar mais plantas pouco utilizadas em projetos de paisagismo e veio a analogia com comidas que geralmente desprezamos. O exemplo consistiu de dois pratos: omelete com rama de beterraba e rama de cenoura empanada e frita, para acompanhar uma cervejinha.
Mexeu com a minha curiosidade.
No ato lembrei das minhas cenourinhas e beterrabinhas orgânicas esperando pacientemente por mim na geladeira. Resultado: elas continuam esperando lá (agora cozidas no vapor), mas as ramas!!! Não passaram daquela noite.
Em tempo: ramas e folhas de beterraba são "macias", já as de cenoura são mais duras e fibrosas e difíceis de mastigar (cuidado para não engasgar com elas, principalmente com a parte mais foliar!). No caso das ramas de cenoura, utilize as mais novinhas ou apenas o talinho das mais desenvolvidas. Ah! Deixe um pedacinho da cenoura nas ramas para dar um toque a mais no petisco. Eu separei cenouras de suas ramas manualmente e adoro o estalo que isso dá.
Ramas de beterraba refogadas
* lave bem as ramas de beterraba para tirar qualquer terra que nelas habite
* corte caules e folhas e refogue em azeite com cebola previamente dourada
* tempere a gosto (não coloquei nem sequer sal, já que elas foram para o omelete)
Ometele com ramas de beterraba refogadas
Um pouco antes das ramas chegarem no ponto, coloque ovos previamente batidos e temperados com sal e pimenta do reino moída na hora. Deixe secar bem antes de virar, seque o outro lado, polvilhe com parmesão ralado na hora e sirva ainda quente. Fica delicioso e muito bonito, pelo contraste do amarelo do ovo (se for caipira/orgânico, a cor fica mais ressaltada) com o bordô das ramas e o verde das folhas.
Tempurá de ramas de cenoura
Quando ouvi a descrição do prato logo imaginei uma massa tipo tempurá. Que me perdoem os que sabem receitas orientais se eu estiver errando feio, mas inventei minha massa de tempurá seguindo meus instintos e achei que ficou muito boa.
Massa para tempurá:
* dois ovos inteiros (usei orgânicos)
* cerca de 200ml de leite (o meu era longavida desnatado)
* cerca de 8 colheres de sopa de farinha de trigo (usei orgânica)
* sal a gosto
A quantidade de farinha dependerá do tamanho dos ovos e da quantidade de leite. Não medi nada, lamento. A consistência era a de uma panqueca daquelas que ficaria mais fininha, o suficiente para cobrir as ramas que logo eram fritas em óleo bem quente. Também errei na quantidade de massa, que sobrou e acabou indo para o lixo, que pecado.
O único inconveniente do prato? O fato de ser frito... É nessas horas que me lembro porque as frituras (que tanto adoro) estão banidas da minha cozinha...
Não publico as fotos porque ficaram péssimas e não fazem juz à delicia que ficaram esses dois pratos.
"Nem só de caviar vive o homem" é o título de um livro escrito por Johannes Mario Simmel. Conta a história real de Thomas Lieven, verdadeira aventura durante a II Guerra Mundial e de como conseguia fazer maravilhas na cozinha, mesmo quando praticamente não havia ingredientes disponíveis. Minha mãe, esse livro e mais recentemente boas amigas e vários blogs me inspiram na cozinha. Este blog é sobre os resultados que nela obtenho e assuntos relacionados ao prazer de comer e beber.
20 de agosto de 2008
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2 comentários:
Por que você não experimenta assar ao invés de fritar?
Vou experimentar, mas fritura é fritura...
Bife à milanesa assado fica bom, uma amiga faz batatas fritas (das congeladas) no forno e gosta muito, já eu não concordei muito quando fiz o teste...
Obrigada pela sugestão!
;-)
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